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Conhecer Puglia, o “salto da bota” de Itália
«Aqueles que passam por nós deixam um pouco de si, levam um pouco de nós…»

Apesar de Puglia ser conhecida como um destino de Verão por se situar no Sul da Itália – mais propriamente no “salto da bota”, mesmo junto ao mar Adriático –, e nós fomos em Maio, a ideia não era fazer praia: era, sim, conhecer as inúmeras cidades e povoações, típicas, lindas e cheias de charme, os seus museus e igrejas pejadas de frescos e talha dourada, algumas delas património da UNESCO, e aproveitar a boa comida, muita comida, que é como quem diz, muita pasta, ponham pasta (massa) nisto: pasta à tarde, à noite, e só não era logo pela manhã para quem não queria.

Ninguém, apesar do bom repasto, teve hipótese de ganhar peso!

Comecemos por Alberobello, para nos perdermos por entre ruelas estreitas cheias de casinhas brancas circulares, com tectos e cúpulas cónicas feitas de pedra seca, os trulli. É linda esta cidade de recantos floridos, património da UNESCO, e já muito direccionada para turista comprar.

Continuamos como se dentro de um livro de contos de fadas medieval nos encontrássemos, e entramos em Locorotondo (Lugar Redondo), com enorme tradição vinícola, situada no topo de uma colina e também conhecida como a cidade branca da Puglia, toda ela cercada por muralhas, vinhedos e oliveiras.

Esperava-nos um novo hotel em Brindisi, onde jantámos, e aqui uma nota especial para os jantares sempre muito animados, em especial na mesa de Manel Coelho. Se quiserem saber pormenores das hilárias conversas, perguntem à Fátima e à Sandra, que estavam lá, porque para além da barrigada de “pasta”, e não só, levavam todos, para a cama, uma boa barrigada de riso. Aliás, a boa-disposição, para além de algum cansaço, fruto das boas caminhadas de mais de 7km diários, esteve sempre presente. Acreditem que ninguém, apesar do bom repasto, teve hipótese de ganhar peso!

Continuámos, então para uma relíquia barroca chamada Lecce, também conhecida pelo papel-maché e belas praias, um pequeno charme de cidade. Viajámos até Otranto e de novo para Brindisi. Nesse dia esperava-nos um jantar muito especial em Villa Castelli, numa quinta de bioagroturismo, Sciaiani Masseria Piccola, com menu tradicional e música, com José Barros e outros reconhecidos músicos italianos. Foi uma noite memorável de comida, bebida e muita música e animação. Muito bom!

Seguimos para Ostuni, Polignano a Mare, onde não pudemos viajar de barco nem visitar as cavernas ao longo da costa porque o excesso de vento não o permitiu, e Bari. Ruelas lindas, tudo branco salpicado pela beleza das cores das flores, que se encontram em cada esquina e recanto. De tirar o fôlego, lembrando um pouco a Grécia, o que é normal porque estamos mesmo junto ao Adriático, e por isso não muito longe.

«Aqueles que passam por nós deixam um pouco de si, levam um pouco de nós…»

Já estamos no penúltimo dia de viagem e com muita informação e beleza natural absorvida, mas decididamente não vou esquecer Matera, também conhecida como “cidade subterrânea”, com as casas de habitação e templos religiosos escavados nas rochas de um desfiladeiro. Considerada uma das cidades mais antigas da Europa, ainda habitada e até hoje preservada, é absolutamente deslumbrante e difícil de descrever, pelo que recomendo que não perca se tiver oportunidade de a conhecer.

Adoro Itália, mas, depois desta experiência, o “salto da bota” – como Puglia é conhecida – é uma das minhas regiões italianas favoritas. Entre as suas belezas naturais e arquitecturais, recomendo Alberobello, com as suas centenas de trulli, Lecce, Polignano a Mare, Bari e Altamura, mas Matera, considerada a vergonha de Itália até ao início da década de 50, ficou registada como a minha preferida.

Tal como comecei, e aproveitando o convite inesperado, e de última hora, do Rui Simplício, do Grupo Desportivo do BPI, para escrever esta crónica, agradeço a simpatia, o companheirismo e a boa-disposição de todo o grupo, partilhando a mensagem que estas sábias palavras encerram:

«Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós: deixam um pouco de si; levam um pouco de nós.»

O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry

Por Clara Marques, 18-08-2023




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