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Caminho de Santiago a Finisterra – 3.ª etapa
De Lago a Cee. «Mais uma volta, mais uma viagem»

Assim sendo, partimos à hora habitual… e resta-nos pensar que foi imaginação nossa termos acordado mais cedo.

Desta vez, a Jacinta estava a acompanhar o Sr. Pinto e tudo volta à normalidade. Confirmamos que no Dragão estão todos, e apesar de inicialmente existir alguma confusão sobre onde devem viajar as mochilas, avançamos para as Sete Bicas. A banda sonora prometia, graças a uma playlist bastante ecléctica, onde o Marante e os Diapasão eram os grandes protagonistas, sem esquecer o brilhante Toy. Nas Sete Bicas, todos presentes e animados, mesmo com a ausência do nosso prezado e querido presidente: não falo do Marcelo, mas – sim! – do nosso Caldas, que desta vez, infelizmente, fica por terras lusas a recuperar, para no futuro nos voltar a brindar com a sua companhia. O grupo sai reforçado com a Nandinha, a Manu e os meus sentimentos, que se encontravam à flor da pele e ainda muito pouco acordados.

Durante a viagem saltaram duas coisas aos olhos de todos: a primeira, o facto de a minha demonstração do casaco ter contribuído para mais um elemento ter adquirido o mesmo e passamos agora a ser um verdadeiro gangue, comandadas pela Laura, a Rosa, eu própria e a Joana, que levamos todo o grupo a equacionar se não deveria ser uma espécie de uniforme para todos, com o apontamento de podermos cozer o símbolo do BPI – fica a dica.

A segunda coisa foi o espírito empreendedor da Joana, comercializando em pleno autocarro, protectores de chuva para as botas, que mais parecem uns preservativos gigantes. Apesar das nossas representantes do calçado nacional (Manu e Laura) alertarem para poder correr o risco de escorregar, o “tráfico” continuou a bom ritmo.
A chuva é uma constante até Valença, onde o pequeno-almoço é sempre motivo para algumas conversas. Desta vez quase ficávamos sem fotógrafo: não é que o Sr. César queria experimentar uma nova modalidade olímpica… a escorregadela? Tudo OK e foi só um susto. O Sr. César é duro na queda!

Sem aniversários para comemorar, valeu-nos a Celeste, com os seus bolinhos, que foram um sucesso. Sobraram alguns, e há quem passe o resto da etapa a sonhar com eles.

O nosso objectivo era somente chegar a Lago, mas, claro, o que podia à partida ser considerado peanuts rapidamente se transformou numa aventura. Não é que voltámos ao mesmo local onde o autocarro teve dificuldades em se movimentar na etapa anterior?

Desta vez, com um novo motorista e o mesmo problema, caminhos apertados e autocarro grande, houve que tomar decisões; e mesmo tendo o Cardoso a servir de GPS humano, correndo à frente do autocarro e antevendo possíveis constrangimentos, a decisão estava tomada: sairmos e caminharmos até ao ponto inicial da etapa.

O autocarro fica entregue ao motorista e ainda conseguimos ver uma tentativa de inversão do sentido de marcha e uma longa marcha atrás; contudo, acabámos por ver o autocarro a avançar, destemido em direcção a Cee.

O grupo encontra-se por sua própria conta, recorrendo ao GPS e a triangulações matemáticas, aventurando-se por caminhos por desbravar. Com mais ou menos dúvidas, lá seguimos ao encontro do caminho certo.

Este pequeno desvio, dizem as más-línguas, de quase 5 km, fez-nos passar por locais interessantes, e se não existisse a chuva, que ultimamente acredita em que pode viajar connosco, admito que tudo pudesse ser ainda mais bonito.

O grupo começou a alongar-se, mas sempre organizado e coeso. Se por um lado a team leader acompanha os mais destemidos e apressados, o Cardoso, sempre dedicado e firme, acompanha não os mais lentos mas aqueles que gostam de desfrutar do caminho.

Chega a hora de almoçar, e uma vez mais juntámos a hora da banana à do almoço, e isto faz-nos achar que estamos a adoptar uma nova rotina.
Num restaurante-bar muito simpático em Pias, almoçámos confortavelmente os nossos farnéis caseiros, e desta vez houve café para todos os que quiseram.

A chuva deu tréguas e é necessário aproveitar para tirar a foto de grupo, excepcionalmente não no início mas no retomar do caminho depois de almoço, não sem antes recebermos o telefonema do nosso Caldas, que queria saber como o grupo se estava a portar e seguramente, cheio de saudades e pena, por não poder estar a participar nesta aventura.

Logo depois da foto fomos obrigados a um pequeno desvio. Desta vez não valia a pena encharcar as botas, pois a ponte era logo ali, e um desvio mínimo pela estrada mantinha os pés quentes e secos para todos.
No cruzamento seguimos para Finisterra e deixámos Muxía para outra aventura. O vento era incomodativo e só parámos junto ao Vákner, para tirar umas fotos, num bicho que se assemelha a um lobisomem e que faz parte dos mitos da localidade de Dumbria.

A chuva voltou a acompanhar-nos, e a descida de 2,5 km fez-nos duvidar se não seria melhor uma subidinha ou rebolar pelo chão até ao final da mesma. O grupo reagrupou-se no final e só faltavam uns míseros 20 minutos para chegar ao hotel e usufruir de um banho retemperador.

Check-in rápido e todos para os quartos, já que o nosso motorista tinha deixado as nossas malas na entrada do hotel antecipadamente.
Nesta altura, a nossa Paula, a descarregar todo o sacrifício da etapa, precisou de um pequeno apoio e atenção personalizada – pois não posso ser sempre eu o centro das atenções – e a Madalena e até o nosso motorista, com bravura, conseguiram resolver a situação.

Chegada a hora do jantar, embora o cansaço nos fizesse dizer alguns disparates, uma vez mais a esquisita do costume, a Célia, não aprecia o molho e as batatas, e é salva, desta vez, pela Celeste.
A parrilhada de pescado foi a opção do jantar, e a empanada para entrada até nem estava mal. E preparem-se para a novidade do cardápio: desta vez não há macedónia de fruta, mas um inovador brownie a nadar num desconhecido líquido, com um cocuruto de chantilly, e imaginem, desta vez a esquisitinha foi a Manu, armada em saudável, que pergunta se não há uma frutinha. Durante o jantar houve espaço para os meus sentimentos se manifestarem, para invadir o espaço da gélida Célia, que não aprecia afectos, enfiando-lhe um beijo na bochecha, que mais parecia uma bochecha de porco ibérico, já com um braseado de chapa, quase pronto a comer.

Mais umas trocas de mensagens com o Caldas para registar a garantia de que conseguimos sobreviver sem ele; a Rosa e o Cardoso não o deixam ficar mal e conseguem controlar este grupo.

Jantar terminado, tem de organizar-se o dia seguinte; para tal, o motorista – de forma simpática e porque o autocarro se encontrava um pouco afastado do hotel – vai recolher uns objectos que faziam falta a alguns caminheiros para o início da caminhada.

Todos recolhem aos quartos. Alguns ficam um tempo à conversa na entrada; o tema é o mais crucial e relevante para o País, quais eleições legislativas, autárquicas ou até mesmo as regionais na Madeira: mas afinal porque esgota o chocolate do Dubai????... outros bebem uns chupitos porque sim, e porque amanhã será um novo dia e com este grupo tudo pode acontecer.

Até às 2.00h ainda se ouvia algum movimento, mas depois só de quando em vez alguma chuva e vento do lado de fora do hotel.

Por Marta Pereira, 26-07-2025




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